Com a chegada de fevereiro e o início do novo ano letivo, muitos pais brasileiros se veem envolvidos na organização de materiais escolares, uniformes e na definição de novas rotinas. No entanto, esse também é o momento perfeito para dedicar atenção à saúde visual das crianças, um aspecto muitas vezes negligenciado, mas importante para um desempenho escolar eficaz. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente destacou que cerca de 13 milhões de crianças entre cinco e quinze anos sofrem de erros refrativos, como a miopia, que podem impactar negativamente seu comportamento e rendimento escolar.
O aumento dos casos de miopia infantil está diretamente relacionado às mudanças no estilo de vida moderno, como o uso excessivo de dispositivos eletrônicos e a diminuição do tempo gasto em atividades ao ar livre. Um estudo publicado no British Journal of Ophthalmology revelou que a incidência de miopia triplicou globalmente entre 1990 e 2023, e estima-se que até 2050, mais de 10 milhões de crianças possam ser afetadas. Sem controle, a miopia pode evoluir para graus elevados e aumentar o risco de doenças graves, como glaucoma e descolamento de retina. Daí a importância de exames oftalmológicos regulares para detecção precoce de problemas visuais.
A Dra. Andrea Greco, especialista em Estrabismo e Oftalmopediatria, e consultora da Rodenstock Brasil, salienta que crianças com histórico familiar de miopia estão em maior risco. “Crianças com pais míopes têm um risco significativamente maior de desenvolver a condição. Controlar a miopia na infância é essencial para preservar a saúde ocular a longo prazo e prevenir complicações”, afirma a oftalmologista. Sinais como dificuldade para enxergar a lousa, dores de cabeça frequentes e cansaço ocular podem indicar problemas de visão. No entanto, muitas crianças não conseguem expressar essas dificuldades, reforçando a importância do papel dos pais e dos exames regulares.
Os problemas visuais em crianças são um desafio crescente, influenciados por uma combinação de fatores que vão desde condições de nascimento até hábitos diários modernos. Crianças que nascem prematuramente estão em maior risco de desenvolver doenças oculares, assim como aquelas com histórico familiar de problemas visuais ou que sofrem de atopia. A era digital trouxe consigo um aumento no tempo que as crianças passam diante de telas, e essa exposição prolongada, somada à baixa interação com ambientes ao ar livre, pode resultar em sérios problemas de visão.
Graças aos avanços tecnológicos, as soluções para problemas de visão em crianças evoluíram. As lentes MyCon™, desenvolvidas pela Rodenstock, são um exemplo de inovação no controle da miopia infantil. Essas lentes estão disponíveis em diversos índices, oferecendo opções tanto para crianças com miopia avançada quanto para aquelas no estágio inicial da condição. As lentes MyCon™ são projetadas para redirecionar a luz para a frente da retina, reduzindo o alongamento ocular e, consequentemente, a progressão da miopia. Além disso, a Rodenstock introduziu as lentes MyCon™ 2, que permitem personalização com base nos quatro parâmetros faciais individuais das crianças, garantindo um ajuste perfeito à medida que elas crescem.
A importância do monitoramento precoce da saúde ocular não pode ser subestimada. O teste do reflexo vermelho, realizado na maternidade, é extremamente importante para a detecção precoce de problemas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), crianças sem sintomas ou fatores de risco devem realizar uma avaliação oftalmológica entre 6 e 12 meses de idade, com consultas subsequentes a cada 1-2 anos. Essa prática ajuda a identificar e tratar precocemente qualquer erro refrativo ou condição ocular.
A prevenção da miopia também se beneficia significativamente de atividades ao ar livre. A exposição à luz natural é essencial, pois recomenda-se que as crianças passem pelo menos duas horas por dia sob o sol. Essa exposição ajuda a liberar dopamina na retina, um neurotransmissor que inibe o crescimento ocular excessivo, uma das principais causas da miopia.
No cenário da oftalmologia pediátrica, a pesquisa e a inovação continuam a avançar, com foco especial na epidemia crescente de miopia. Estudos recentes destacam a importância de consultas regulares para monitorar e tratar a progressão da miopia, assegurando que as crianças tenham a melhor saúde ocular possível.
Além disso, a alimentação desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde ocular. Deficiências vitamínicas, como a falta de vitamina A, podem levar a condições como xeroftalmia e cegueira noturna, enquanto a deficiência de vitamina B está associada a neuropatias ópticas. Pesquisas investigam também a relação entre a falta de vitamina D, síndrome do olho seco e miopia, embora ainda não haja consenso sobre essas associações. Uma dieta balanceada é geralmente suficiente para prevenir essas condições, com suplementação recomendada apenas sob orientação médica.
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