Ao cuidar da imagem pessoal uma pessoa revela para todos ao seu redor as suas melhores qualidades, seja na postura corporal, maneira de conversar, tom de voz, roupas e calçados que usa, corte e cor do cabelo e até mesmo nos óculos. Cada indivíduo tem a sua personalidade, particularidade, temperamento, gostos pessoais, etc.
Dois profissionais se destacam ajudando aquelas pessoas que não abrem mão de estarem em dia com a imagem pessoal, revelando seus estilos e perfis. São eles, o consultor de imagem e o visagista.
O consultor de imagem trabalha para ajudar o seu cliente a entender melhor as suas proporções corporais e faciais, orientando para deixar mais harmônica a forma que ele se veste, por exemplo. O profissional que atua com consultoria de imagem também é apto a estudar os traços faciais, a cor e o corte de cabelo e ainda pode orientar na escolha da armação dos óculos mais compatível para compor a harmonia esperada.
O visagista também faz consultoria, porém utiliza um método que permite analisar o temperamento do cliente e estimulá-lo a definir o que deseja expressar, usando a linguagem visual para criar uma imagem customizada.
De olho no mercado, nas tendências e preocupados em oferecer sempre as melhores opções aos consumidores, os empresários do setor óptico têm investido em formação profissional pessoal ou em parcerias com consultores de imagens e visagistas, como um plus em loja para ajudar o cliente na hora da compra dos óculos.
A verdade é que os óculos são muito mais que dispositivos ópticos utilizados para compensar algum problema na visão ou para proteção dos olhos. Hoje eles fazem parte da personalidade de quem os usa e a armação certa pode mudar não somente o visual, vai muito além, desde que com o acompanhamento de um profissional.
Juliana Fish é consultora de imagem e diz que pode recomendar um formato e cor de armação de óculos para os seus clientes, mas quando eles pedem uma análise mais profunda ela indica a ótica de uma amiga visagista que é parceira. “Ela consegue aplicar todas as técnicas de visagismo para a pessoa sair dali super segura em relação aos óculos e quando a armação harmoniza com o rosto é a mesma sensação da roupa que harmoniza com o corpo. A análise do visagista óptico é muito mais completa”.
A visagista Simone Holanda explica que são trabalhados todos os elementos que compõem a imagem da pessoa, inclusive os óculos, caso contrário eles podem ser um ruído na tentativa de harmonização da imagem.
De acordo com Holanda era comum nas óticas, o vendedor orientar o cliente na escolha dos óculos levando em conta o formato do rosto, o que é antiquado. “Quem estudou e entende do letramento visual, vai analisar a necessidade do cliente, o estilo de vida, qual fase da vida ele está, o que é importante para ele, seus valores, profissão, que tipo de imagem precisa passar, se é mais acolhedor, doce, firme, extravagante, tímido”.
O Visagismo tem sua origem em Londres, em 1971, mas na época era uma personalização puramente estética, não havia uma definição do seu conceito, até que o artista plástico brasileiro, Philip Hallawell, iniciou uma série de pesquisas sobre a linguagem visual e seu impacto emocional. “Fui a primeira e única pessoa a perceber a relação dos símbolos arquetípicos com as estruturas de todas as imagens. Toda imagem é essencialmente uma composição de pontos de luz, que compreendemos como linhas, formas e cores e esses elementos são símbolos arquetípicos, com significados universais. Usei meu conhecimento e criei o método Visagismo Image ID, em 2003”.
Philip Hallawell é também escritor e autor dos primeiros livros que estabeleceram o conceito do Visagismo, no mundo. A partir da criação do conceito Visagismo Image ID começou a ministrar cursos e já formou mais de 3 mil pessoas ao longo dos anos. Atualmente Philip também trabalha no desenvolvimento de um site para credenciamento dos profissionais visagistas com formação Image ID.
Luiza Morando, proprietária da Ótica Vip, em Carangola, Minas Gerais, é uma das alunas de Philip, e hoje aplica a consultoria de imagem e o visagismo em tudo o que faz. Administradora de empresas e prestes a concluir o curso de Óptica e Optometria, revela que desde que conheceu e começou a estudar e adotar o visagismo muita coisa mudou, inclusive em sua loja.
“Antes da mudança eu olhava para as paredes da minha óptica e não me sentia confortável, não me via cliente do meu próprio negócio. Os óculos que trabalhava, as marcas, achava que não era eu, e isso era visto como problema. Depois de muito bater cabeça, tentar vender a ótica inclusive, eu me deparei com esses estudos mais para a parte visual dos óculos”, conta Luiza.
Para a visagista era um dilema quando o cliente chegava em sua óptica e falava que não gostava de usar óculos, ou que não se sentia bem ao usar óculos. “Eu ficava intrigada com aquilo, e pensava que se eu conseguisse resolver esse problema, venderia mais. Então comecei a pesquisar algo nesse sentido e me deparei com o visagismo óptico”.
A partir do conhecimento adquirido com o visagismo, Luiza começou as mudanças em seu negócio, entre elas, o ponto físico, o uniforme, a equipe, e até mesmo as peças que trabalhava. “Hoje em dia vejo o visagismo se aplicando em tudo e aliado a ele está a consultoria de imagem. Os dois caminham juntos”.
A Head de Gente de Cultura, Amanda Cristine Barbosa Marques, passou por consultoria com visagista quando precisou trocar os seus óculos. Ela conta que sempre foi apaixonada por óculos, mas não tinha nenhum critério de escolha. Usava qualquer modelo, sem entender se era favorável ou não. “Definitivamente existe uma Amanda antes da consultoria com visagista e outra pós-consultoria, em todos os aspectos. Em um dos momentos mais críticos da minha vida, a consultoria foi para além do uso de óculos adequados, me trouxe autoconhecimento, transformação, motivação e brilho nos olhos novamente”, comemora Amanda, que trabalha há 20 anos com pessoas e cultura e afirma que precisava de uma virada de chave na vida. “Depois da minha consultoria me transformei de dentro para fora, não foi só uma mudança de imagem, foi uma mudança de vida, ao ponto de meu marido falar que há muito tempo não via meus olhos brilharem assim”, finaliza.
Por Renata Barussi
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