O desenvolvimento visual infantil é um aspecto fundamental que influencia a trajetória de vida de uma pessoa. Desde a infância até a adolescência, a visão se transforma, afetando não só o rendimento escolar e social, mas também a saúde e o bem-estar na fase adulta. É fundamental a descoberta antecipada e as intervenções apropriadas para garantir um futuro saudável e promissor para as crianças.
Segundo a optometrista pediátrica e terapeuta visual, Juliane Franceschini, o desenvolvimento visual começa ainda na gravidez, com a formação dos sulcos ópticos ocorrendo aproximadamente na vigésima segunda semana. “Quando o bebê nasce, o sistema visual é imaturo, e o crescimento visual e motor acontece simultaneamente até que a visão comece a orientar o progresso motor”. A terapeuta explica que nas primeiras semanas de vida, a visão é turva, porém, por volta dos 2 a 4 meses, o bebê começa a identificar rostos e aperfeiçoar a coordenação visual. “É importante a estimulação precoce para um crescimento saudável, com marcos como a percepção tridimensional (estereopsia) aparecendo entre os 5 e 8 meses.”
Juliane também esclarece que o processamento visual engloba aproximadamente 17 competências visuais, e problemas não identificados podem prejudicar o aprendizado, afetando a percepção visual, a discriminação, a memória e a atenção aos detalhes. Ela destaca a relevância da intervenção precoce citando o exemplo de Eduardo Moro, um paciente com síndrome de Down que, após uma cirurgia de catarata, obteve progressos notáveis na coordenação motora e visual, graças ao tratamento visual.
A visagista e optometrista Luiza Morando, proprietária da Ótica Vip, compartilha sua vivência pessoal com questões visuais. Diagnosticada na infância com miopia e astigmatismo, só entendeu completamente seus problemas de visão ao entrar para a faculdade de Optometria. Depois de realizar testes comportamentais, descobriu-se que, além de problemas de refração, ela apresentava problemas no processamento visual, o que explicava seus constantes acidentes, dores de cabeça e desmaios. “A intervenção comportamental optométrica melhorou minha qualidade de vida, especialmente com a utilização de óculos terapêuticos, que aprimoraram minha coordenação e reduziram sintomas como enxaquecas”.
A professora Mariane Aparecida Feliciano da Silva, pedagoga e psicopedagoga, também fala da sua perspectiva sobre o impacto dos problemas visuais no desempenho escolar. Ela observa que dificuldades visuais não diagnosticadas afetam diretamente a concentração, leitura e escrita, levando a baixo desempenho e insegurança. “Tive um aluno de 5 anos, diagnosticado com síndrome do olho preguiçoso, que, após usar um tampão ocular e óculos por seis meses, melhorou significativamente seu desempenho acadêmico e engajamento em sala de aula”.
Estes relatos reforçam a importância da detecção precoce e das intervenções adequadas no desenvolvimento visual das crianças. As histórias de Juliane, Luiza e Mariane ilustram como o cuidado com a visão na infância pode transformar a vida adulta, garantindo um futuro mais saudável e produtivo.
Ingrid Oliveira Stilhano, empresária, relata a experiência com sua filha Mel Stilhano Barbosa, estudante, 11 anos, que teve início com uma procura imprevista por um fisioterapeuta por causa de dores no joelho. Ao longo do atendimento, o especialista, adotando uma perspectiva integral, questionou se Mel usava óculos. “Apesar de o oftalmologista ter mencionado a possibilidade futura, ela ainda não os utilizava. O profissional de fisioterapia recomendou a Ingrid que consultasse um optometrista, esclarecendo que isso poderia diminuir em até 80% a possibilidade de Mel necessitar de óculos, além de diminuir o seu grau”, diz Ingrid. A partir desse momento, a mãe iniciou a procura por um especialista em optometria comportamental, o que inicialmente não foi simples. Depois de várias sugestões, encontrou Juliane Franceschini, uma especialista em optometria.
Ao começar o processo com Juliane, foi esclarecido o procedimento da avaliação e como os sintomas de náuseas e vertigens recorrentes que Mel já vinha sofrendo há algum tempo, poderiam estar ligados à saúde dos olhos. Depois de uma avaliação completa, identificaram-se 17 problemas visuais.
Este diagnóstico teve um efeito imediato e positivo. Os enjoos, que afetavam gravemente a qualidade de vida de Mel, começaram a diminuir após um mês de tratamento, e sua habilidade de concentração na escola também apresentou melhora considerável. Ingrid descreve que a transformação foi evidente e proporcionou alívio para todos.
Embora tenham obtido êxito no tratamento, a família enfrentou como principal obstáculo a distância entre Arujá, onde residem, e Mauá, onde está localizado o consultório da optometrista, ambas as cidades em São Paulo. A programação de viagens consistia em uma hora de viagem, uma hora para terapia e outra para retornar. Contudo, Ingrid destaca que a receptividade e a paciência da optometrista tornaram todo o procedimento muito mais fácil, sem grandes obstáculos.
Emocionalmente, o diagnóstico foi um alívio para a família. “Inicialmente eu buscava evitar que a minha filha usasse óculos, mas encontramos a solução para um problema muito maior, os enjoos e as tonturas que tanto impactavam a vida da Mel”, frisa Ingrid afirmando que já tinham consultado vários médicos e realizado inúmeros exames sem respostas claras, até que, com a ajuda da optometrista, conseguiram resolver a questão.
“Aconselho outros pais que enfrentam desafios parecidos a manter a serenidade e receber o diagnóstico com gratidão, pois, ao identificar a questão e começar o tratamento, as possibilidades de melhoria são significativas. Além disso, confiança no processo e a dedicação ao tratamento são as chaves para o êxito”, finaliza Ingrid.
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