A World Vision Ophthalmic tem 25 anos de atuação no mercado nacional, destacando-se na produção e comercialização de produtos de alta qualidade para o setor oftalmológico e óptico. A trajetória da empresa está ligada à história da família Celeste, cujas contribuições ao campo da oftalmologia e óptica surgiram há mais de um século.
Tudo começou em 30 de outubro de 1874, com o nascimento de Giuseppe Celeste em Bocchigliero, Calábria, Itália. Em 1898, Giuseppe formou-se em Oftalmologia na Universidade de Medicina de Roma e, dois anos depois, veio para o Brasil, onde ingressou na Universidade de Medicina da Bahia. Em 1905, inaugurou o primeiro consultório médico no Largo São Bento, em São Paulo, e foi o médico fundador do Hospital Humberto I, conhecido como Hospital Matarazzo, onde trabalhou por 25 anos.
A contribuição de Giuseppe à medicina brasileira continuou com sua associação à Beneficência Portuguesa em 1915, onde iniciou atividades junto ao Dr. Francisco Pigntari. A tradição médica da família Celeste se expandiu para a próxima geração e os filhos de Giuseppe, João Carlos Celeste, oftalmologista, e Luiz Celeste, engenheiro óptico, concluíram seus estudos na Universidade de São Paulo.
Orieta Celeste, filha de Luiz Celeste e neta de Giuseppe, nasceu em 1946 e aperfeiçoou os passos de sua família, iniciando sua carreira na indústria óptica após estudar Óptica no SENAC. Trabalhou em uma indústria de surfaçagem de lentes de cristal para óculos, fundada por seu pai e tio. Em 1975, Orieta abriu seu próprio Centro de Adaptação de Lentes de Contato, a Rigeltec, e em 1977, formou-se em Biomedicina, especializando-se em Microbiologia. Orieta adquiriu conhecimentos na Argentina, onde aprendeu técnicas de “limpeza industrial” para a preservação de lentes de contato. Anos depois ampliou sua especialidade para adaptar lentes de contato em crianças e bebês.
De acordo com Orieta, naquela época, não havia muitos oftalmologistas especializados em lentes de contato e ela buscava as melhores lentes no mercado internacional. “Foi quando um japonês trouxe lentes inglesas que achei maravilhosas. Decidi então fundar a World Vision para montar um serviço de prestação de serviços. Nossas lentes vinham e vêm, grande parte delas semiacabadas, já com grau colocado, curva pronta, mas secas. Aí, fazemos em nossa fábrica todo trabalho de hidratação, conferência, controle de qualidade e embalagem, deixando com o produto 100% correto.”
A World Vision Ophthalmic foi fundada em 1994 com a missão de trazer as mais recentes tecnologias para o segmento de lentes de contato. “Quando fundei a World Vision, um vendedor me disse que os médicos não fariam negócios comigo. Então, peguei meu marido, que era responsável pela área comercial, meus estudos e projetos e fui até os médicos formadores de opinião na época, e todos me receberam muito bem. A qualidade de nossos produtos sempre foi muito bem aceita”, relembra Orieta.
Orieta Celeste e seu marido, Oscar Benito Pescuma, trabalharam muito para fundar a Word Vision. Enquanto ele se dedicava à parte financeira e à compra de materiais, ela cuidava das áreas industrial, comercial, técnica e treinamento de pessoas. Depois, ganharam o reforço da filha Alexandra, que trabalha na empresa desde os 15 anos de idade.
A empresa rapidamente se destacou lançando lentes inovadoras como a gelatinosa para córneas com ceratocone e córneas irregulares, graças ao seu design especialmente desenvolvido para esses casos. “A evolução do mercado desde que comecei foi enorme. Hoje a matéria-prima evolui para dar mais transmissibilidade de oxigênio na córnea”, diz Orieta.
Orieta Celeste continuou a expandir seus conhecimentos e, em 2010, formou-se na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, obtendo um MBA em Engenharia de Produto e Serviços.
A história da Word Vision é um testemunho de dedicação, inovação e excelência, desde as raízes fundamentadas pela família Celeste até os avanços tecnológicos modernos. A empresa continua buscando oferecer produtos de mais alta qualidade para atender às necessidades de seus clientes. “Nossas estratégias desde a fundação sempre foram focadas em atender pacientes com necessidades específicas, como casos de ceratocone e outras condições que exigem lentes especiais.”
A empresária chama a atenção para o baixo número de usuários de lentes de contato no Brasil. Segundo ela, em torno de 3% a 4%, enquanto nos outros países varia de 8% até 10%. “Acredito que a falta de propaganda é uma das razões para o baixo uso das lentes de contato no Brasil. No entanto, com o tempo e mais conscientização, acredito que veremos um aumento na adoção das lentes de contato para uma melhor acuidade visual.”
Com uma trajetória admirável, Orieta declara-se apaixonada pela sua profissão e deixa a dica para todos os empreendedores, especialmente para as mulheres empreendedoras, que assim como ela, precisam conciliar a vida familiar com a profissional. “Adoro o que faço, trabalho desde os 14 anos. A primeira coisa é amar a profissão e não desistir. Dificuldades existem todos os dias, mas com sinceridade e verdade, vocês superarão.”
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