No mercado óptico existe uma grande quantidade de grifes e marcas consagradas mundialmente, sinônimos de bom gosto, beleza, elegância, sofisticação, qualidade e também de alto custo em algumas peças.
No caso das marcas famosas é possível encontrar uma variação maior de valores, com modelos acessíveis bem conhecidos no mercado. Já as grifes são desenvolvidas por designers renomados ou grandes nomes da moda, e apresentam produtos refinados de alto padrão.
O mercado de óculos no Brasil é concorrido, são 57.669 lojas de varejo, portanto é importante que o empresário invista em produtos de qualidade, atendimento especializado, marketing e preços competitivos.
Foi pensando em atender melhor os seus clientes e conquistar um público fiel, que a empresária e visagista Drica Arantes há 16 anos resolveu inovar e criar a sua própria marca de óculos femininos, Drica Arantes Eyewear. Com óptica há 43 anos, ocupa a posição de CEO há 37 anos, em Barra do Piraí, Rio de Janeiro. “A minha marca surgiu da necessidade de ter uma mercadoria de boa qualidade a um preço mais acessível, pois desde que estou no ramo óptico recomendo que, quem usa óculos faça pelo menos dois pares, porque não existe um par de óculos que combine com tudo e com todas as ocasiões. Hoje alguns dos meus clientes já aderiram à essa ideia, embora ainda esteja longe de ser o ideal. Com isso, fui buscando fornecedores cada vez melhores, com armações de qualidade, que eu pudesse atender meu público com um bom produto e preço mais em conta. Assim surgiu a minha marca própria.”
Embora o seu forte seja a clientela feminina, uma loja não vende só óculos para mulheres, foi assim que a Drica criou também uma marca masculina, a D.A.. “No início o maior desafio foi mostrar a qualidade das minhas armações aos clientes e fazer com que eles aceitassem e comprassem o meu produto. Demorou aproximadamente quatro anos para ter a credibilidade que tenho atualmente”, revela Drica.
Drica afirma que hoje quando um cliente entra em sua loja para fazer um orçamento, as peças da marca própria são priorizadas e que cada vez ela investe menos em produtos de terceiros. “Minhas peças não são nada básicas, elas têm cores e são feitas para a mulher entender que os óculos são acessórios. Tenho grande variedade de modelos e cores e o giro é muito maior que os óculos de marcas de mercado.”
Em Novas Russas, no Ceará, a empresária Hosangela Soares Mendes, também investe em sua própria marca de armações de óculos, a FL, Fábrica das Lentes. O primeiro passo também foi buscar por fornecedores de mercadorias de qualidade que transmitissem autenticidade e feminilidade para as clientes, já que o público principal é o feminino. “Eu fui atrás de peças bem femininas, com designs inovadores, cores e pigmentações diferenciadas”.
A proprietária conta que a aceitação da sua marca própria é muito boa e nunca houve rejeição, justamente por serem peças diferenciadas. “Temos peças básicas, clássicas e mais sofisticadas. Algumas clientes gostam de exclusividade, então também compro modelos únicos para atender a esse público mais exigente”, diz Hosangela.
A design de sobrancelha Zilanda Pontes compra óculos FL para toda a família há quatro anos. Além do atendimento impecável ela cita a qualidade dos óculos. “Os óculos são perfeitos, de excelente durabilidade, além de serem mais baratos que aqueles de marcas famosas”.
Na hora da venda, o que mais importa na FL é a satisfação do cliente, independentemente se ele optar por um par de óculos de marca própria da loja ou um de marca de mercado. “Vamos sempre orientar o cliente com o modelo que ficou mais proporcional a ele. Não é só vender óculos, é saber a intenção do cliente e que imagem ele quer passar. Tentamos entendê-lo e a partir daí, auxiliamos na sua escolha”, frisa Hosangela.
Por outro lado, há quem prefira trabalhar somente com as grifes e marcas de mercado já consagradas. Na A Oculista, óptica que completa 70 anos de fundação em 2024, localizada em Ribeirão Preto, São Paulo, seus proprietários optaram em não trabalhar com uma marca própria. Com uma grande variedade em óculos, a loja comercializa cerca de 30 marcas nacionais e internacionais.
Daniel Necchi Casadio é gerente e explica que a loja, fundada pelo seu avô, foi passada de pai para filho juntamente com a experiência no ramo óptico, facilitando a escolha de bons produtos. “Pelo tempo de loja que temos, já sabemos peneirar os produtos que nos são oferecidos. Alguns dispensamos, pois em nossa opinião são peças que darão trabalho para nós e também para o cliente final, por serem frágeis, podendo quebrar na montagem, por exemplo”.
De acordo com Daniel, os óculos de marcas consagradas são mais fáceis de vender e existem peças para todos os gostos e bolsos. “Temos uma gama legal de armações, a partir de R$ 320 até R$ 1800. Preferimos não trabalhar com peças muito caras que não rodam facilmente”.
O jornalista e bacharel em direito, Romilson Castro Madeira faz parte do público que gosta de variar e não usar sempre os mesmos óculos. Ele possui cinco pares de óculos, sendo três de sol e dois de grau, mas com um diferencial. “Os óculos de sol costumo comprar de marcas consagradas levando em conta o design e o estilo. Já os de grau não, penso na economia e durabilidade, e troco as armações eventualmente quando faço novas lentes, o que demora de quatro a cinco anos no mínimo”.
O mercado pode ser bem concorrido, mas há espaço para todos e os diferenciais podem ajudar quem quer se destacar.
“Criei uma marca sem pretensão de me destacar perante as grandes marcas, porém fiz uma boa curadoria, investi em peças diferenciadas e ainda ofereço consultoria como visagista aos meus clientes. Está dando muito certo”, diz Drica Arantes.
“Embora eu invista em publicidade o nosso principal marketing é boca a boca dos nossos clientes. Além disso, é muito importante estudar bastante neste ramo para conhecer bons fornecedores de materiais e produtos de qualidade”, afirma Hosangela.
Já Daniel finaliza ressaltando uma preocupação da família A Oculista em relação à pirataria. “Certas peças de grifes evitamos vender em nossa loja por serem muito visadas e facilmente pirateadas. Temos esse cuidado de preferir modelos não tão comuns, que são mais difíceis de serem falsificados”.
Por Renata Barussi
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