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Família Motta revela tesouros históricos e sentimentais em óptica

Família Motta revela tesouros históricos e sentimentais em óptica

Uma grande coleção de peças históricas é o ponto de encontro entre o passado e o presente

Na trajetória de uma empresa familiar, óculos, objetos e equipamentos antigos se transformam em preciosidades inestimáveis, tanto pelo valor histórico quanto pelo sentimental. A Ótica Motta, com 77 anos de existência, preserva cuidadosamente peças que narram a história de gerações dedicadas ao setor óptico.

Tudo começou com Sebastião Motta, pioneiro por muito tempo na região de Goiânia, Goiás. Seu compromisso com a qualidade e precisão o levou a investir em equipamentos avançados para a época, como o conjunto de calibradores da Melo, utilizado para formatar o molde da sulfadora e assim alcançar o grau exato das lentes de cristal.

Henrique Fleury da Motta, neto de Sebastião, ao lado da irmã Laís Fleury da Motta, comanda as lojas da família. Ele afirma que, na era mecânica da óptica, essas ferramentas eram essenciais e que hoje, ao comparar o funcionamento de alguns equipamentos modernos com os antigos, é difícil imaginar o esforço manual necessário no passado.

Durante a pandemia, em meio à mudança de localização da loja, a família Motta descobriu tesouros esquecidos. Entre eles, o calibrador. Outro achado notável foi uma mala de prova usada pelo avô Sebastião para aferir a acuidade visual. “Naquela época, ele, como óptico prático, tinha a liberdade e a competência para realizar exames de vista na própria loja, criando laços estreitos com oftalmologistas e contribuindo para a história da óptica no estado de Goiás”, diz Henrique.

A mala de prova, em particular, carrega um valor sentimental imenso para a família. Henrique declara que ela era usada para testar a visão de maneira mecânica, mas com precisão e carinho. “ Em 2017 tivemos a oportunidade de levar meu avô a um laboratório moderno em funcionamento. Ele achou tudo espetacular e disse ‘é meu filho, tudo isso é muito bom, mas é a mesma coisa que eu fazia, só um pouco mais rápido´”, recorda Henrique.

Henrique Fleury da Motta, neto de Sebastião Motta, das Ópticas Motta

Outro destaque do acervo são os óculos antigos, acumulados ao longo dos anos. Muitos foram erros de estratégia de compra e ficaram guardados até serem redescobertos durante a mudança de loja. Um inventário revelou mais de 2 mil peças nacionais e internacionais, algumas ainda com etiquetas de preços da época.

Apesar de algumas dessas peças ficarem expostas nas Óticas Motta, elas não estão à venda. A ideia é preservar a história óptica e também da Motta. Modelos com mais de 50 anos, todos muito bem conservados, despertam a curiosidade dos visitantes, alguns dos quais querem até experimentá-los. “Esses óculos vintage, de marcas consagradas, não têm valor estimado. São de excelente qualidade e continuam a atrair a atenção dos clientes”, diz Henrique.

Entre os achados na óptica, há blocos de cristal mineral, materiais que já não são mais fabricados, e equipamentos antigos como lensômetro fabricado no Japão na década de 1980, este utilizado até recentemente para verificar a precisão das lentes.

Henrique observa que, assim como a Ótica Motta, muitos clientes também estão na terceira geração de suas famílias, reforçando a tradição e os laços que se estendem por décadas.

A Ótica Motta, com sua rica coleção de peças históricas, continua a ser um ponto de encontro entre o passado e o presente, celebrando a dedicação e a paixão de uma família por sua profissão.

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Renata Barussi

Jornalista com mais de 30 anos de experiência como repórter, redatora para mídias digitais, sites e blogs, e assessora de comunicação e marketing digital. (MTB 24.504)

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