Uma nova pesquisa conduzida nos Estados Unidos levantou preocupações sobre a Semaglutida, um medicamento amplamente utilizado para tratar obesidade e diabetes tipo 2, comercializado sob os nomes Ozempic, Wegovy e Rybelsus. Segundo o estudo, os pacientes que utilizaram essa medicação apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIAn), uma condição ocular grave que pode levar à perda de visão.
O estudo analisou dados de 17 mil pacientes ao longo de seis anos, revelando que aqueles que tomaram Semaglutida para obesidade tinham sete vezes mais probabilidade de desenvolver NOIAn. Para os pacientes que usaram o medicamento para tratar diabetes tipo 2, o risco era quatro vezes maior em comparação aos indivíduos que não fizeram uso do tratamento. Apesar dos achados preocupantes, os pesquisadores destacaram que não foi possível provar uma relação direta de causa e efeito entre a Semaglutida e a condição ocular, e ainda não entenderam os motivos por trás do aumento do risco.
Dr. João Marcos Atique, médico oftalmologista, enfatiza a necessidade de uma abordagem cuidadosa ao prescrever medicamentos. “A escolha de uma medicação leva em conta todo o quadro clínico do paciente. Muitos medicamentos tratam múltiplas condições clínicas e, geralmente, ajudam a prevenir problemas visuais,” explica Dr. Atique. Ele também reforça a importância de mais estudos para confirmar os resultados. “Pesquisas clínicas como essa necessitam de comprovação adicional. Todos os estudos têm vieses, seja pela população estudada, pelas comorbidades dos pacientes ou pelo número limitado de casos observados, especialmente em eventos raros.”
A balconista Vera Lúcia de Moura, que trabalha em uma grande rede de farmácias, relata uma alta procura pelo Ozempic, muitas vezes sem receita médica. “O perfil de quem busca são mulheres com pouco sobrepeso. Mesmo sendo uma medicação cara, está sempre em falta,” diz Vera.
Rodrigo Caliman, engenheiro eletricista começou a usar Ozempic após recomendação de sua endocrinologista, que diagnosticou diabetes tipo 2 e sobrepeso. “Não senti nenhum efeito colateral, nem mesmo na visão. Para mim, tem sido positivo o uso da medicação,” compartilha Rodrigo.
Os resultados do estudo apontam para uma possível associação entre o uso de semaglutida e o risco aumentado de NOIAn, mas ressaltam a necessidade de mais pesquisas para determinar a causalidade.
A prevenção continua sendo a melhor abordagem para doenças crônicas, destacando a importância de um estilo de vida saudável e do acompanhamento médico constante. Dr. João Marcos Atique lembra que “desenvolver hábitos de vida saudáveis como dormir bem, praticar exercícios físicos, comer adequadamente e evitar vícios reduz significativamente os riscos.”
Enquanto novos estudos não esclarecem completamente os riscos, a confiança na conduta médica e o acompanhamento rigoroso são essenciais para garantir a segurança e a eficácia dos tratamentos.
Nota: Esta matéria visa informar sobre possíveis riscos associados ao uso de medicamentos e não substitui a consulta com um profissional de saúde. Se você tem dúvidas sobre o uso da Semaglutida ou outros medicamentos, procure orientação médica.
Conclusões e relevância: Os resultados deste estudo sugerem uma associação entre Semaglutida e NAION. Como este foi um estudo observacional, estudos futuros são necessários para avaliar a causalidade.
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