O e-commerce, ou comércio eletrônico, surgiu no Brasil na década de 1990, bem depois que nos Estados Unidos, onde considera-se que a modalidade tenha sido iniciada na década de 1970. Apesar de ser um modelo de comércio relativamente recente, o brasileiro adotou a ideia e o e-commerce não para de ganhar força e adeptos.
Levantamento da Abióptica – Associação Brasileira da Indústria Óptica, aponta 57.669 lojas de varejo no país e cerca de 20% atuam com e-commerce. Outro dado da associação é que em 2023 o setor óptico faturou com vendas no PDV R$ 25,6 bilhões, sendo aproximadamente 23% desse valor de vendas on-line e 77% em lojas físicas.
De acordo com a diretora executiva da Abióptica, Ambra Nobre Sinkoc o e-commerce avança rapidamente no Brasil e no setor óptico não é diferente. “É uma tendência que se tornou irreversível. Os varejos vão migrar para o on-line e a grande maioria manterá seus pontos físicos, pois devido ao varejo óptico ter regulação sanitária obrigatória, as pessoas terão em algum momento que ir às ópticas, mas para isso se manter com frequência, será necessário ofertar uma experiência para o seu consumidor”.
Ambra Nobre Sinkoc, diretora executiva da Abióptica
Para André Michels, sócio-proprietário da Softcommerce Inteligência em E-commerce, localizada em Sombrio-SC, o e-commerce ainda é primário no Brasil em todos os segmentos e o setor óptico está caminhando para uma digitalização maior. Segundo ele, na pandemia da Covid-19 houve um crescimento da modalidade on-line, porém forçadamente, onde passou qualquer coisa. Ninguém estava preparado e muitos ficaram no caminho, seja por precificação ou por não fazerem a coisa certa. Alguns descobriram o caminho do marketplace, e outros desistiram porque dá trabalho e é preciso investir em um site com boa estrutura de venda. “Todo mundo quer vender mais, no entanto nem todo mundo está preparado para fazer isso. Uma coisa é atender o cliente na nossa frente, outra é atender o cliente às 22h, num dia ruim. O cliente de internet é mais delicado”, comenta André.
André Michels, sócio-proprietário da Softcommerce Inteligência em E-commerce
O empresário Luiz Fabiano da Silva, proprietário da Ótica Jerônimo Coelho em Florianópolis/SC, tem loja física há 29 anos e as tentativas de criar um e-commerce foram iniciadas em 2021, sem muito sucesso. Somente em abril de 2023, ao contratar uma nova empresa para ajudá-lo com o sistema operacional do site, que conseguiu êxito. “Num primeiro momento o objetivo era apenas ter um catálogo on-line dos produtos para os clientes, mas com o novo sistema contratado, sincronizando todas as informações necessárias, tudo funcionou perfeitamente como um e-commerce, e deu muito certo. Hoje vendo pelo site 10% do que é vendido na loja física e está sendo muito agregador”, afirma Luiz Fabiano.
A trajetória da empresária Anna Christina Santana, proprietária da Ótica Anna Santana, também não foi nada fácil até acertar na contratação da empresa que implantou a atual plataforma de e-commerce da sua marca.
Com loja física há 60 anos em Brasília, administrada por ela há 30 anos, a empresária oferece a venda on-line há 10 anos, porém sem lucro. Anna Santana revela que só começou a ter retorno financeiro há apenas dois meses, após contratar profissionais que oferecem um sistema operacional funcional. “Eu vinha patinando até então, porque é um método de venda diferente da loja física. Este ano comecei do zero com esse novo sistema operacional e finalmente estou tendo resultado”.
Dicas de sucesso
André reforça que o básico para ingressar no universo do e-commerce é ter um bom site, investir em marketing, atendimento on-line eficiente, entrega rápida e correta, e ferramentas seguras de pagamento. O plus é incentivar a recompra, conquistar e fidelizar o cliente. “Quem entra para o e-commerce com uma receita pronta, com exemplo de projeto de outra loja, não terá sucesso. É preciso criar seus próprios dados, conquistar seu espaço e criar a cultura de pegar o e-mail do cliente. Os e-mails são fundamentais para o e-commerce”, salienta o especialista em inteligência para e-commerce.
Anna Santana alerta sobre a importância de contratar uma empresa idônea e que atenderá as necessidades do negócio. “Tem que contratar uma empresa ou um profissional que realmente saiba o que está fazendo, criando um site estruturado para vendas digitais, com bom funcionamento e fácil de navegar”.
“É fundamental montar um site profissional integrado com a loja, com motores de busca, que emite nota, com plataforma que garante o pagamento para não cair em golpe, enfim um site que faz tudo sozinho”, finaliza Luiz Fabiano.
Por Renata Barussi
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