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História de Miguel Giannini: O esteta ótico que marcou o mercado óptico

História de Miguel Giannini: O esteta ótico que marcou o mercado óptico

Um esteta ótico inovador: Como Miguel Gianinni marcou o mercado óptico Brasileiro

Um pioneiro à frente do seu tempo

Miguel Giannini, um nome que transcendeu as fronteiras do mercado óptico no Brasil, transformou o conceito de óculos em arte, ciência e personalização. Conhecido como “Esteta ótico”, uma nomeação dada pela apresentadora Cleide Blota em um programa da televisão, Miguel foi um dos maiores inovadores do setor óptico do país. Seu legado, marcado por anos de dedicação e técnicas únicas, continua vivo nas lentes, armações e histórias que ele ajudou a moldar.

Um começo humilde e determinado

Nascido em uma família simples, Miguel começou sua jornada de trabalho muito cedo, aos 13 anos, em uma metalúrgica. Após sofrer um acidente que o fez perder a ponta de um dedo, sua mãe o retirou do emprego, mas sua determinação em trabalhar não foi abalada. Aos 14 anos, Miguel começou como office boy na Óptica Photo City Júnior e rapidamente se destacou. Seus empregadores viram algo especial naquele jovem e reconheceram em muito mais que um funcionário, o acolheram como parte da família.

Dentro da Óptica Photo City Júnior, Miguel passou por todas as funções, do atendimento no balcão ao laboratório. Essa experiência ampla o preparou para um salto ousado: abrir seu próprio negócio, junto com seu amigo e sócio Fioravanti. Em uma pequena sala no centro de São Paulo, na Galeria Nova Barão, surgia a primeira óptica da dupla, dando início a uma trajetória repleta de desafios e conquistas.

Técnica, criatividade e inovação

Uma das características que definiam Miguel Giannini era sua incessante busca pela perfeição técnica e inovação. Quando as armações disponíveis no mercado não atendiam aos clientes, ele personalizava cada peça de acordo com o formato do rosto e as necessidades específicas das pessoas. Por exemplo, ele aquecia armações de acetato com uma lamparina e moldava-as manualmente, criando óculos exclusivos. “Sua capacidade de transformar óculos não era apenas uma questão de estética, mas de alinhar forma e função”, afirma Álvaro Ferriolli, sócio de Miguel Giannini.

Miguel também dominava aspectos técnicos, como o trabalho em lentes de alta dioptria, grandes desafios para o setor óptico. Ele conseguia criar lentes com espessuras mais finas, ajustando-as às armações desejadas por seus clientes. Essa habilidade atraiu figuras públicas e celebridades, como Delfim Neto, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Ana Maria Braga e até ex-presidentes, incluindo Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso. Miguel era procurado tanto por políticos, que buscavam óculos elegantes que passassem credibilidade, quanto por artistas, que ansiavam por modelos únicos.

Miguel Giannini com Glória Menezes e Tarcisio Meira

O esteta ótico na televisão e a imortalização de uma profissão

Além de empreendedor, Miguel Giannini também foi modelo e participou de programas de televisão, onde aproveitava para demonstrar seu trabalho ao vivo. Durante uma dessas participações, Cleide Blota o batizou como “Esteta ótico”, uma mistura de esteta (estético) com ótico, retratando sua abordagem inovadora na área. A partir daí, o termo foi incorporado à sua vida profissional e se tornou um marco de sua trajetória.

O reconhecimento extrapolou as barreiras tradicionais do setor. Miguel também personalizou óculos para o cantor italiano Peppino di Capri durante uma turnê e conquistou até mesmo os mais exigentes clientes estrangeiros, como amigos do fundador da Luxottica, um dos maiores nomes do mercado global de óculos.

O museu de óculos: um legado para a história

Entre tantas conquistas, um dos maiores marcos da carreira de Miguel foi o “Museu do Óculos”, localizado na Rua dos Ingleses, em São Paulo. Inicialmente pensado como um arquivo pessoal, o espaço foi transformado em um acervo particular aberto para visitação pública, repleto de peças históricas que narram a evolução do mercado óptico. Hoje, é o único museu de óculos das Américas, contendo peças únicas comparáveis aos grandes museus da Europa, garimpados em viagens realizadas pelos sócios Miguel Giannini e Álvaro Ferriolli, além de doações feitas  por entusiastas do setor.

O museu reflete a paixão de Miguel pelo trabalho. Suas coleções foram enriquecidas por feiras internacionais, trocas com outros colecionadores e doações de peças raras. “Temos peças aqui que nem grandes museus como os da Luxottica possuem”, conta Álvaro Ferriolli, sócio de longa data de Miguel.

A tradição continua: atendimento e respeito como fundamento

Mesmo após o falecimento de Miguel, seu legado continua. As lojas Miguel Giannini óculos seguem os princípios de atendimento e respeito que ele instituiu. Uma das palavras de ordem é que “o nariz é o cavalo do óculos”, uma frase emblemática de Miguel, que destacava como cada detalhe técnico era levado em conta na escolha de uma armação. Com consultores qualificados, todos com formação técnica, a empresa segue oferecendo um atendimento personalizado que não se preocupa apenas em vender, mas em atender às reais necessidades do cliente.

O compromisso com a técnica é outro diferencial. Em casos de multifocais, por exemplo, a empresa utiliza equipamentos que permitem explicar ao cliente como o desenho da lente atende às leis da física. “Aqui sempre mostramos a verdade técnica sobre as lentes”, comenta Leandro Oliveira, analista técnico de laboratório e controle de qualidade.

Filantropia e impacto social

Outro lado admirável de Miguel Giannini  foi sua dedicação à filantropia. Ele organizava ações mensais em asilos, onde servia refeições às idosas do local, além de desenvolver programas para doação de óculos a crianças e comunidades carentes de todos os cantos do país. Um dos projetos mais recentes levou óculos a comunidades indígenas na região de Belterra, no Pará, beneficiando mais de 330 pessoas.

O legado eterno do “Esteta ótico”

Quatro anos após sua partida, Miguel Giannini permanece vivo na história da óptica brasileira como um ícone de excelência e inovação. Sua filosofia de trabalho, pautada pela valorização do cliente e pelo cuidado em entregar mais do que produtos, entregando experiências e técnica, é um modelo que inspira gerações.

“A venda é consequência de um trabalho. O que importa é o respeito pelo cliente”, finaliza seu sócio, Álvaro Ferriolli. E assim, a história de Miguel Giannini segue moldando não apenas óculos, mas histórias e olhares por todo o Brasil.

Serviço:
Museu dos Óculos Gioconda Giannini

EndereçoRua dos Ingleses, 108 – Morro dos Ingleses, São Paulo

Telefone: (11) 3149-4000

Horário de funcionamento

segunda-feira – 09:00 às 18:00

terça-feira – 09:00 às 18:00

quarta-feira – 09:00 às 18:00

quinta-feira – 09:00 às 18:00

sexta-feira – 09:00 às 18:00

sábado – 09:00 às 13:00

domingo – fechado


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Sandra Fonseca

Jornalista com MBA em Marketing Estratégico, publicitária e especialista em Lançamento de Infoproduto, atua há 24 anos na área de comunicação. (MTB 28.336)

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