Em uma entrevista exclusiva para o Portal Fique de Olho, o Dr. Bruno Landgren, médico oftalmologista formado pela Escola Paulista de Medicina (Universidade Federal de São Paulo), compartilhou sua visão abrangente sobre a saúde visual e o papel transformador das ópticas nesse cenário. Com uma trajetória que o levou a perceber a crescente demanda dos pacientes por óculos não apenas como corretivos, mas como ferramentas essenciais de proteção e saúde, o Dr. Landgren defende uma abordagem integrada e uma aliança estratégica entre o consultório médico e o estabelecimento óptico.
Para o especialista, a visão é um pilar inabalável da qualidade de vida, muitas vezes subestimada até que sua perda se torne uma realidade. “O que permeia o nosso dia a dia são sonhos, desejos e medos. E todo mundo que perde a visão se torna mais medroso e vai ter como sonho e desejo voltar a enxergar”, afirma, ressaltando a interconexão do olho com a saúde sistêmica do corpo. É impossível ter um olho saudável em um corpo que não é saudável, e doenças crônicas como diabetes podem ter impactos devastadores na visão, muitas vezes sem o devido cuidado preventivo.
A grande inovação proposta pelo Dr. Landgren reside na ressignificação das ópticas. Para ele, uma óptica não deve ser apenas um ponto de venda, mas sim uma “extensão do consultório médico”. Ao sair com uma receita, o paciente deve encontrar na óptica a continuidade do cuidado, sendo encarado como um indivíduo em tratamento e não apenas como um cliente. Isso exige que as ópticas falem a mesma linguagem da saúde e incorporem um conhecimento básico sobre doenças oculares como glaucoma e catarata. Embora não sejam responsáveis pelo tratamento médico, entender essas condições permite que os colaboradores das ópticas ofereçam um atendimento mais simpático, empático e autoritário em saúde.
Campanhas de sucesso, segundo o Dr. Landgren, são aquelas em que as ópticas adotam essa postura de “estabelecimento de saúde”, tratando os óculos como um item de tratamento e não meramente um produto comercial. Ele enfatiza a importância das redes sociais nesse processo, onde a divulgação de conteúdo sobre saúde visual aumenta a relevância e a credibilidade das ópticas.
O relacionamento com o cliente também deve evoluir do tradicional “pós-venda” para um acompanhamento contínuo da “eficácia do tratamento”. Assim como um paciente retorna ao médico para feedback, a óptica deve se interessar pela resposta do paciente à qualidade de vida proporcionada pelos óculos.
Olhando para o futuro, o Dr. Landgren prevê uma fusão ainda maior entre a medicina e o setor óptico. Os óculos, que já tem uma forte pegada de moda, hoje assumem uma função clara de proteção. Essa mudança de paradigma exige que médicos compreendam as tecnologias ópticas e que as ópticas aprofundem seus conhecimentos em saúde visual. “Eu não vejo tecnologias mais promissoras para proteger o olho do que os óculos”, destaca.
A mensagem final do Dr. Bruno Landgren para os donos de ópticas é clara: busquem a saúde como seu diferencial. Posicionem-se como estabelecimentos de saúde, onde os óculos são comparável a um antibiótico na farmácia – um produto que devolve saúde e qualidade de vida. “Essa mentalidade, difundida a todos os colaboradores, permitirá que as ópticas se destaquem no mercado, promovendo a saúde visual a longo prazo e atuando como um braço essencial na disseminação de informações sobre miopia, envelhecimento e outras condições oculares em um país de dimensões continentais” complementa o médico.
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